Rui Francisco: "A cenografia é uma maratona com a velocidade dos 100 metros"
Rui Francisco, arquiteto dedicado à cenografia há várias décadas e há 15 anos na SP Televisão, aposta numa renovação constante, “com rede”, num processo de credibilidade constante.
Confrontado com a necessidade de tomar dezenas de decisões diárias, numa luta contra o tempo, a cenografia de ficção em televisão é, para Rui Francisco, ”uma corrida de maratona com a velocidade dos 100 metros”.
Com uma longa experiência, iniciada nos anos 80 do século passado, com o arquiteto José Manuel Castanheira, Rui Francisco esteve no início da TVI, onde trabalhou durante cinco anos, depois na Expo 98, como adjunto de João Brites, mas trabalhando de perto com o diretor técnico, Hubert Dombrecht , com quem aprendeu uma visão diferente da cenografia.
Ligado ao grupo Teatro - O Bando, Rui Francisco divide a sua atividade de cenografia com o teatro, cujos processos são também utilizados na ficção.
No processo criativo, a relação com o realizador é fundamental, depois de conhecer o guião. Rui Francisco evita trabalhar com réplicas, optando por modelos tipológicos. “O ideal, no final, é conseguir construir o que desejamos e não o que desenhamos”, acrescenta. Um trabalho de cenografia para uma ficção de televisão, uma novela ou uma série, inclui, em média, 13 a 14 cenários, ocupando 2 mil metros quadrados.
Atualmente, com a experiência adquirida e com a estabilização de processos na SP Televisão, é mais fácil ultrapassar as pressões do tempo, “cada vez mais difíceis”, onde a cumplicidade é fundamental. “O objetivo de qualquer trabalho de cenografia é a credibilidade. O espectador tem de acreditar que o que está a ver poderá ser real”, afirma.
Recordando trabalhos que lhe deram especial prazer, como a série CIDADE DESPEDIDA, ou as novelas MAR SALGADO e ALMA E CORAÇÃO, assim como a atual SANGUE OCULTO, Rui Francisco frisa que é sempre o próximo trabalho que o motiva.
Experiência, profissionalismo e criatividade, define, sem dúvida, Rui Francisco.